COMUNICADO DE 27/11/2009 - ESCARLATINA

Caros Pais e Encarregados de Educação da EPM-CELP,

Boa tarde.

A Associação de Pais vem por este meio comunicar / avisar que tem conhecimento da existência de alguns alunos da EPM-CELP com a doença ESCARLATINA.

Não pretendemos com este comunicado criar algum tipo de alarmismo. Pretendemos sim, mantê-los informados.

Para quem desconhece os sintomas ou mesmo o que fazer perante esta situação, a APEE-EPM elaborou um documento com algumas questões e respostas. Agradecemos que leiam o mesmo e estejam atentos aos primeiros sintomas, para assim se tentar evitar o alastramento do contágio, uma vez que se trata de uma doença de elevado contágio.

Mais uma vez pedimos que não sejam criados alarmismos. É uma doença que apanha da mesma forma que uma Varicela / Rubéola / Sarampo / ..... . Tem tratamento, através da toma de antibióticos e requer "quarentena"/isolamento ou seja, afastamento da Escola.

Alertamos ainda, porque é normal, todos nós o fazemos, quando a criança aparece com uma febre damos paracetamol e aguardamos. Sabe-se que a ESCARLATINA pode provocar febres muito elevadas, e as crianças começam a queixar-se com dores de garganta, amigdalite. Aconselhamos aos Pais e Encarregados de Educação, que ao primeiro sintoma se dirijam ao pediatra ou médico de família, mas informem o/a médico/a em questão de que na Escola já existem casos confirmados de ESCARLATINA. Não quer dizer que os Vossos/as Filhos/as possam estar com a ESCARLATINA, trata-se unicamente de fazer o despiste da doença.

Melhores cumprimentos,

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DA EPM-CELP

 
 
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ESCARLATINA
autora: Dra Ana Ferrão
 
 
ALGUMAS QUESTÕES E RESPOSTAS SOBRE A DOENÇA : "ESCARLATINA"1. O que é a escarlatina?
"A escarlatina é uma doença infecciosa aguda, causada por uma bactéria chamada estreptococo beta hemolítico do grupo A. Os estreptococos são também agentes causadores de infecções da garganta (amigdalites) e da pele (impétigo, erisipela).
O aparecimento da escarlatina não depende de uma acção directa do estreptococo, mas de uma reacçao de hipersensibilidade (alergia) a substâncias que a bactéria produz (toxinas). Assim, a mesma bactéria pode provocar doenças diferentes em cada indíviduo que infecta."

2. Qual é a idade mais habitual de aparecimento da escarlatina?
A escarlatina é uma doença que afecta principalmente crianças em idade escolar.

3. A escarlatina é uma doença contagiosa?
Sim. A transmissão da escarlatina faz-se de pessoa para pessoa, através de gotículas de saliva ou secreções infectadas, que podem provir de doentes ou de pessoas sãs que transportam a bactéria na garganta ou no nariz sem apresentarem sintomas (portadores sãos).

4. Ao fim de quanto tempo após o contacto com um doente ou um portador se manifesta a doença, se houver contágio?
O tempo que decorre entre o contacto com um indivíduo infectado e o aparecimento de sintomas (período de incubação) é em geral de dois a quatro dias, podendo, no entanto, variar de um a sete.


5. Quais são as manifestações da escarlatina?
"A escarlatina é uma doença em que aparecem associadas uma infecção na garganta, febre e uma erupção típica na pele. O seu início é súbito com febre, mal estar, dores de garganta, por vezes vómitos, dor de barriga e prostração. A febre, elevada nos dois ou três primeiros dias, diminui progressivamente a partir daí, mas pode manter- se durante uma semana.

A erupção da escarlatina aparece por volta do segundo dia de doença, com início no pescoço e no tronco, progredindo em direcção à face e membros. É constituída por pequenas manchas do tamanho de uma cabeça de alfinete, cor vermelho vivo e que são mais intensas na face, nas axilas e nas virilhas, poupando a região à volta da boca que se apresenta pálida, e as palmas das mãos e plantas dos pés.

Estas alterações atingem também a língua, que se apresenta branca e saburrosa no início, ficando depois com aspecto de framboesa (língua em framboesa), devido ao aumento das papilas que adquirem um tom vermelho arroxeado nos bordos e na ponta da língua.

A erupção da escarlatina, que confere à pele um toque áspero, desaparece ao fim de seis dias, acompanhando-se de uma descamação fina durante alguns dias. Nas mãos e nos pés a descamação pode ser em lâminas."

6. A escarlatina é uma doença benigna?
A escarlatina, como qualquer infecção estreptocóccica, cede facilmente ao tratamento e as complicações são raras, embora possam ser graves.

7. Que complicações pode ter a escarlatina?
"A escarlatina pode ter complicações precoces, durante a fase aguda da doença, e complicações tardias, que surgem semanas após o seu desaparecimento.

As complicações na fase aguda da doença resultam da disseminação da infecção estreptocóccica a outros locais do organismo, causando, por exemplo, otite, sinusite, laringite, meningite, etc.

As infecções tardias surgem após a cura da doença e são a febre reumática (lesão das válvulas do coração) e a glomerulonefrite (lesão do rim que pode evoluir para insuficiência renal). Estas complicações são potencialmente graves e para diminuir a sua ocorrência é importante o tratamento adequado das infeccões estreptocóccicas."

8. São necessárias análises para o diagnóstico da escarlatina?
Embora o diagnóstico de escarlatina seja feito com base na observação clínica (associação de febre, inflamação da garganta e erupção punctiforme de cor vermelho vivo e distribuição típica), deve ser confirmado através da pesquisa do estreptococo num esfregaço colhido por zaragatoa da garganta e nariz do doente (exsudado naso faríngeo). A confirmação da doença também pode ser feita após a cura através de exames de sangue (testes serológicos).

9. A escarlatina obriga a afastamento escolar?
Sim. Além de ser necessário a criança estar em casa por uma questão de comodidade, devido à febre, dor de garaganta e prostração, a doença tem um contágio fácil, o que obriga ao afastamento escolar para protecção das outras crianças. A criança pode voltar à escola quarenta e oito horas depois de iniciar tratamento antibiótico adequado, se estiver sem sintomas.

10. Porque é que se pedem exames à garganta de crianças sem queixas quando há casos de escarlatina na escola?
"Se surgem vários casos de escarlatina numa escola podemos estar perante a exsistência de um portador são (indivíduo que tem estreptococos na garganta ou no nariz, sem ter sintomas de doença), que espalha a infecção entre as crianças.

Se surge esta suspeita, todas as pessoas com contacto intímo com os doentes devem fazer uma pesquisa de estreptococo no nariz e na garganta, para identificar e tratar o possível portador são.

Quando há um surto de escarlatina (vários casos em simultâneo), os doentes devem também fazer um exsudado naso faríngeo para confirmar a erradicação do estreptococo após o tratamento."

11. Qual é o tratamento da escarlatina?
"O tratamento de escolha para a escarlatina é a penicilina que elimina os estreptococos, evita as complicações da fase aguda, previne a febre reumática e diminui a possibilidade de aparecimento de glomerulonefrite (lesão renal). Nos doentes alérgicos à penicilina o medicamento habitualmente utilizado é a eritromocina."